terça-feira, 29 de março de 2016

CLARITROMICINA


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CLARITROMICINA




GRUPO FARMACOLÓGICO: antimicrobiano Macrolídeo5.


RECEITUÁRIO: Receita de Controle Especial C (branca), em 2 vias1.


POSOLOGIA:
  • Neonatologia: eficácia e segurança não estabelecidos para recém-nascidos1.
  • Pediatria (USO OFF-LABEL1) (>6 meses3,5):
    • VIA ORAL: 15 mg/Kg/dia (máximo = 500 mg/dose), VO, 12/12 horas3;
    • VIA INTRAVENOSA: 7,5mg/kg/dose (máximo = 500 mg/dose), IV, 12/12 horas3;;
    • Otite, amigdalite, sinusite, pneumonia, piodermite: 15 mg/Kg/dia (suspensão 250mg/5mL: 0,15 mL/Kg/dose, até 10 mL/dose 3), VO, 12/12hs, por 7 a 14 dias2,5;
    • Coqueluche: 15 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO ou IV, 12/12hs, por 7 dias1,5;
    • Bartonelose (tratamento ou profilaxia para recurrência frequente ou severa em paciente HIV exposto/positivo: 15 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs5.
    • Endocardite (profilaxia): 15 mg/Kg/dose única (máximo=500 mg/dose única), VO, 30-60 minutos antes do procedimento2,5.
    • Infecção pelo estreptococo do grupo A; febre reumática, prevenção primária e tratamento da tonsilofaringite extreptocócica: 15 mg/Kg/dia (máximo=250 mg/dose), VO, 12/12 horas, por 10 dias5.
    • Doença de Lyme: 15 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs, por 14-21 dias5.
    • Infecção por Micobacterium avium complex (MAC):
      • Lactentes e crianças:
        • Profilaxia: 15 mg/Kg/dia, VO ou IV, 12/12hs de acordo com o CD41,5:
          • < 12 meses: se CD4 menor que 750 cel/mm3;
          • 1 a 2 anos: se CD4 menor que 500 cel/mm3;
          • 2 a 5 anos: se CD4 menor que 75 cel/mm3;
          • > 6 anos: se CD4 menor que 50 cel/mm3;
        • Recorrência: 15 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs em combinação com etambutol com ou sem rifabutin5.
        • Tratamento no HIV exposto/positivo: 15-30 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs em combinação com etambutolç e rifabutin5.
      • Pneumonia adquirida na comunidade; pneumonia atípica (M. pneumoniae, C. pneumonniae, C. trachomatis):
        • > 3 meses, lactentes, crianças e adolescentes: 15 mg/Kg/dia, (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs5. Um antibiótico beta lactâmico deve ser adicionado se houver suspeita de  pneumonia bacteriana típica5.
      • Adolescentes: profilaxia e tratamentodo HIV exposto/positivo: 500 mg/dose, VO, 12/12hs com etambutol e rifabutin.
    • Doença ulcerosa péptica, erradicação do Helicobacter pylori: 15 mg/Kg/dia (máximo=500 mg/dose), VO, 12/12hs, associado a combinação dupla ou tripla (subsalicilato de bismuto, amoxicilina, metronidazol) e antagonista do receptor H2 ou inibidor de bomba protônica5.
    • Adolescentes: 250-500 mg, VO ou IV, de 12/12hs1. Coqueluche: 500 mg, VO ou IV, 12/12hs, por 7 dias1.
  • Adultos:
    • 250 - 500 mg/dose, VO ou IV, 12/12hs, por 7-14 dias2,3;
    • Bronquites e sinusites: 500 mg/dose, VO, 12/12hs, por 7-14 dias;
    • Helicobacter: 250-500 mg/dose, VO, 12/12hs a 8/8hs2,
  • Ajuste de dose:
    • Função hepática: não há necessidade de ajuste de dose1.
    • Função renal: se ClCr < 30 mL/min, administrar metade da dose a cada 12 ou 24 horas1.
    • Diálise: não há necessidade de ajuste de dose adicional para pacientes em diálise1.               


Ajuste da dose pelo
clearance de creatinina​ ​ ​ ​
Dose em diálise​ ​ ​
​Dose/intervalo
>80​
​80-50
50-10​
​<10 (anúria)
​após HD
diária em DP​
250-500mg q12h​
​12h
12h​
​24h
​250mg q24h
​250mg
​Clcr<10
Fonte: Manual Farmacêutico - HIAE3.  


APRESENTAÇÕES:
  • Comprimidos: 250mg2, 500mg2;
  • Comprimido UD: 500mg2;
  • Suspensão: 125mg/5mL2; 250mg/5ml2;
  • Frasco-ampola: 500mg/10mL2.


ESPECTRO:
    ATIVA CONTRA: gram positivos2 e negativos2: pneumococo2, Streptococcus pyogenes2, Staphylococcus sensível a oxacilina2, H. influenzae2,  M. catarrhalis.1,2,4, gonococo2, meningococo2, Campylobacter2, Legionella sp.1,2,4, Mycoplama2, Mycoplasma pneumoniae1,4, Chlamydia sp.1,4, Chlamydia tracomatis2, Borrelia burgdoferi1,V e Mycobacterium avium complex1,2,4, Heliobacter pilory2, B. pertussis2 e parapertussis2.
    ATIVIDADE MODERADA: Haemophilus sp.1,4; Neisseria sp1,4.
    RESISTENTE: S. aureus resistente a oxacilina2, Staphylococcus sp. resistentes à oxacilina4.


INDICAÇÕES:
  • Infecções do trato respiratório superior e inferior (otite média aguda, pneumonia adquirida na comunidade)5;
  • Infecções de pele1,5 e partes moles1;
  • Micobacterioses atípicas (Mycobacterium avivium complex disease5) em pacientes com AIDS (associadas a outros fármacos)1;
  • Profilaxia da endocardite infecciosa em procedimentos dentários em pacientes alérgicos à penicilina5;
  • Profilaxia pós-exposiçaõ e tratamento da coqueluche5.


CONTRA-INDICAÇÕES:
  • Uso concomitante com derivados do ergot5, pimozida5, cisaprida5, astemizole5, terfenadina5, colchicina5, lovastatina, sinvastatina;
  • Icterícia colestática ou disfunção hepática em uso prévio de claritromicina5;
  • Hipersensibilidade à claritromicina ou seus componentes, eritromicina ou outro antibiótico macrolídeo5;
  • QT longo ou arritmia ventricular (incluindo torsade de pointes);
  • Evitar uso em pacientes com hipocalemia ou hipomagnesemia não corrigida, pacientes em uso de antiarritmicos classe IA (quinidina, procainamida) ou classe III (amiodarona, dofetilide, sotalol).


MODO DE ADMINISTRAÇÃO:
  • Via oral: pode ser administrado com ou sem alimentos1;
  • Via sonda: a suspensão oral pode ser administrada via sonda após diluir a dose em 10-20 mL de águia destilada para diminuir a osmolaridade do líquido e facilitar a administração1. Administrar separadamente da dieta enteral1.
  • Via intravenosa: Não administrar em bolus1. A dose deve ser diluída para a concentração de 2 mg/mL para pacientes sem restrição de volume1. Para crianças e pacientes com restrição de volume, deve-se diluir a dose na concentração máxima de 10 mg/mL, administrando em 1 hora1,4. A diluição pode ser feita com soros fisiológico, glicosado, glicofisiológico ou Ringer-Lactato4. A concentração final deve estar entre 4 e 10 mg/mL4.
  • Via intramuscular: não1.


ESQUECIMENTO DE DOSE: Ingerir a dose assim que lembrar até o máximo de atraso de 1 hora, quando deverá suspender a dose e esperar a próxima dose1.


INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA:
    Reduz a concentração sérica: clopidogrel1;
    Não associar Claritromicina com: Nilotimibe1, salmeterol1, tioridazina1, topotecano1, terfenadina2, aztemisol2 e cisaprida2.
    Claritromicina aumenta a concentração sérica (toxicidade) desses medicamentos: fluconazol1, benzodiazepínicos1, buspirona1, carbamazepina1,4, digoxina1, clozapina1, colchicina1, ciclosporina1, ergotamina1, fentanil1, sinvastatina1, pravastatina1, nilotinibe1, sertralina1, citalopram1, sirolimus1, teofilina1,4, tacrolimus1, tioridazina1, ziprazidona1.
    Não administrar claritromicina na mesma via de infusão com: aminofilina1, ceftazidima1, cefuroxima1, furosemida1, heparina1, fenitoína1.


GESTAÇÃO: Fator de risco C1.


LACTAÇÃO: Usar com precaução1.


EFEITOS ADVERSOS: Náusea1,2,5, anorexia5, dispepsia2,5, dor abdominal5, vômitos1,2,5, diarreia2,5, colite por Clostridium difficile5, gosto anormal5, colite pseudomembranosa2, dor abdominal1,2, cefaleia1,2,5, tonturas1, perda auditiva1, dor no sítio de infusão1, flebite1, hepatotoxicidade1, rash2,5, prurido2, trombocitopenia2, aumento de transaminases2, aumento de bilirrubinas5, hepatite colestática5, aumento no tempo de protrombina5, elevação de BUN5, aumento da uréia2, aumento da creatinina2, elevação da fosfatase alcalina5, reação de hipersensibilidade aguda (grave)3, anafilaxia5, síndrome de Stevens-Johnson3, necrólise epidérmica tóxica3, ansiedade5, alteração do comportamento5, confusão, despersonalização5, depressão5, desorientação5, tontura5, rash medicamentoso com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS)5, aumento de gama glutaritransferase5, glossite5 alucinações5, perda auditiva (reversível)5, hemorragia5, púrpura de Henoch-Scönlein (vasculite IgA)5, disfunção e falência hepática5, hipoglicemia5, insônia5, nefrite intersticial5, icterícia5, leucopenia5, aumento DHL5, mania5, mialgia5, neutropenia5, pesadelos5, monilíase oral5, pancreatite5, psicose5, prolongamento QT5, rabdomiólise5, convulsão5, redução do olfato5, estomatite5, tinitus5, descoloração da língua5, descoloração dental5, torsade de pointes5, tremor5, urticária5, taquicardia ventricular5, arritmia ventricular5, vertigem5, leucopenia5.


MONITORIZAÇÃO: hematológica3 e hepática3.


INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA:
    Claritromicina aumenta a concentração/efeito de: Budesonida (nasal, oral, sistêmica, inalatória)5, corticosteróides (oral, sistêmico, inalatório)5, sinvastatina5, tacrolimus (sistêmico, tópico),5 terfenadina5, teofilina5, antagonistas da vitamina K5, zidovudina5.

    Níveis/efeitos da claritromicina são elevados por: antifúngicos5.

    Claritromicina diminui a concentração/efeito de: BCG5, clopidogrel5, zidovudina5.

    Níveis/efeitos da claritromicina são reduzidos por: inibidores da protease5.


MECANISMO DE AÇÃO:
    A claritromicina inibe a síntese protéica bacteriana RNA-dependente por se ligar à subunidade 50S do ribossomo5. O metabólito 14-hidroxi da claritromicina é duas vezes mais ativo5.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
  1. CARVALHO, P.R.A.; CARVALHO, C.G.; TORRIANI, M.S.; SANTOS, L. & BARROS, E.: :MEDICAMENTOS DE A a Z: PEDIATRIA. 2012-2013. Editora ARTMED, 2012: 278-80.
  2. OLIVEIRA, R.G.: Blackbook - Pediatria. Belo Horizonte, Editora Blackbook, 3° edição, 2005.
  3. MACHADO, A. & BARROS, E.: Antimicrobianos e pediatria - Consulta rápida.Porto Alegre, Editora Artmed, 2007: 189.
  4. TAKEMOTO, C.K.; HODDING, J.H. & KRAUS, D.M.: Pediatric & neonatal dosage handbook. Lexicomp, 20th edition, 2013: 442-445.


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