quinta-feira, 14 de julho de 2016

PRAVASTATINA


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PRAVASTATINA

INTRODUÇÃO

Hipolipemiante inibidor da HMG-CoA resutase1.


MECANISMO DE AÇÃO

A Pravastatina inibe a HMG-CoA redutase, reduzindo o LDL, apo B e triglicérides e elevando o HDL1. Pravastatina é um inibidor seletivo competitivo da 3-hidroxi-3-metilglutaril-coenzima A (HMG-CoA) redutase, enzima marca-passo da síntese de colesterol2.
Início de ação: 2 semanas2.
Efeito máximo: após 4 semanas2.


INDICAÇÕES
  • Hipercolesterolemia familiar heterozigótica:
    • Pacientes ≧ 8 anos de idade como terapia coadjuvante quando LDL-C ≧ 190 mg/dL ou se ≧ 160 mg/dL com história familiar de doença cardiovascular prematura ou ≧ 2 riscos cardiovasculares2;
  • Hipercolesterolemia primária (heterozigota, familial e não familial) e Dislipidemia mista (Fredrickson  tipos IIa e IIb):
    • Adjuvante da terapia dietética para reduzir o colesterol total e LDL-C, apolipoproteína B (apo B) e triglicérides e aumentar os níveis de HDL-C (adultos)2;
  • Hipertrigliceridemia isolada (Fredrickson tipo IV)(adultos)2;
  • Disbetalipoproteinemia primária (Fredrickson tipo III) (adultos)2;
  • Prevenção primária e secundária da doença cardiovascular em pacientes de alto risco (Alto Risco: ≧ 55 anos, tabagista, hipertensão, HDL-C baixo, história familiar de doença cardiovascular precoce; prevenção secundária para reduzir o risco de infarto agudo do miocárdio, choque, procedimento de revascularização e angina em pacientes com evidencia de doença arterial coronariana)(adultos)2.


APRESENTAÇÃO
  • LENITRAL: comprimido 10 mg, 20 mg e 40 mg5;
  • PRAVASTATINA: comprimido 10 mg, 20 mg e 40 mg5.


POSOLOGIA
  • A posologia deve ser individualizada de acordo com o nível basal de LDL-C, a meta terapêutica e a resposta do paciente2. Ajustes devem ser feitos com intervalos de 4 semanas2.
  • Pode ser administrado com ou sem alimentos em qualquer horário do dia3,4;
  • Esquecimento de dose: tomar a dose assim que lembrar; no entanto, se estiver próximo ao horário da dose seguinte, pular a dose esquecida e tomar a do horário normal3,4.
  • PEDIATRIA:
    • Crianças e adolescentes:
      • Hiperlipidemia ou hipercolesterolemia heterozigótica familiar ou não familiar:
        • Iniciar o tratamento se, após dieta adequada, paciente mantiver LDL-C ≥ 190 mg/dL ou LDL-C permanecer  ≥ 160 mg/dL com história familiar positiva para doença cardiovascular precoce ou alcançar a classificação NCEP. A terapia pode ser considerada para as crianças de 8 a 9 anos de idade que prefassam os critérios acima ou para crianças com diabetes melito e LDL-C  ≥ 130 mg/dL2;
        • 8 a 13 anos de idade: 20 mg/dia, VO, 1 vez ao dia1,2,3;
        • 14 a 18 anos de idade: até 40 mg/dia, VO, 1 vez ao dia1,2,3.
  • ADULTOS:
    • Hiperlipidemias, prevenção primária de eventos coronarianos, prevenção secundária de eventos cardiovasculares:
      • Dose inicial:
          • OLIVEIRA (2011): 10-20 mg/dia, VO, 1 vez ao dia (Dose habitual: 20-40 mg/dia) (Dose máxima: 80 mg/dia)1;
          • TAKEMOTO et al (2013): 40 mg/dia, VO, 1 vez ao dia. Ajustar a dose segundo a resposta (dose habitual: 10-80 mg/dia)(Dose máxima: 80 mg/dia)2,3;
      • Disfunção renal ou hepática (não administrar em doença hepática instalada3) ou risco aumentado de miosite: Iniciar com 10 mg/dia, VO, 1 vez ao dia2. Dose habitual: 10-20 mg/dia, VO, 1 vez ao dia1.


EFEITOS COLATERAIS
  • Cefaléia1,2;
  • Fadiga1,2;
  • Tonteira1,2;
  • Redução da memória1;
  • Neuropatia1;
  • Rabdomiólise e insuficiência renal aguda1;
  • Erupção cutânea (Rash)1,2;
  • Descoloração da pele1;
  • Fotossensibilização1;
  • Anafilaxia1,2;
  • Angioedema2;
  • Epidermólise1;
  • Eritema multiforme1,2;
  • Náusea1,2;
  • Vômito1,2;
  • Diarréia1,2;
  • Pirose1,2;
  • Icterícia colestática1,2;
  • Cirrose2;
  • Disfunção dos nervos cranianos2;
  • Dermatomiosite2;
  • Elevação da velocidade de hemossedimentação (VHS)2;
  • Necrose hepática fulminante2;
  • Ginecomastia2;
  • Anemia hemolítica2;
  • Hepatoma2;
  • Alteração da libido2;
  • Síndrome lúpus eritematoso-like
  • Elevação das transaminases2;
  • Hepatopatia: se ocorrer hepatotoxicidade com sintomatologia, hiperbilirrubinemia ou icterícia, suspender a pravastatina. Se uma etiologia alternativa não for encontrada, não retornar a usar a pravastatina2;
  • Insuficiência hepática (rara)2;
  • Pancreatite1;
  • Visão borrada1;
  • Opacidade corneana e do cristalino1,2;
  • Mialgia1,2;
  • Fraqueza muscular2;
  • Neuropatia2;
  • Parestesia2;
  • Paralisia de nervo periférico2;
  • Polimialgia reumática2;
  • ANA positivo2;
  • Rabdomiólise2;
  • Síndrome de Stevens-Johnson;
  • Distúrbio da gustação2;
  • Tremor2;
  • Vasculite2;
  • Vertigem2;
  • Tosse1;
  • Elevação da glicemia2;
  • Depressão2;
  • Diabetes melito (início recente)2;
  • Dispneia2;
  • Eosinofilia2;
  • Disfunção erétil2;
  • Paresia facial2;
  • Aumento da hemoglobina glicosilada (HbA1C)2;
  • Comprometimento da musculatura ocular extrínseca2;
  • Impotência2;
  • Doença pulmonar intersticial2;
  • Leucopenia2;
  • Mal-estar2;
  • Ofatmoplegia2;
  • Neuropatia periférica2;
  • Fotossensibilidade2;
  • Distúrbios psíquicos2;
  • Palidez2;
  • Trombocitopenia2;
  • Disfunção tireoidiana2;
  • Necrólise epidérmica tóxica2;
  • Gripe1,2;
  • Miopatia autoimune-mediada (IMNM): complicação rara, caracterizada por fraqueza muscular proximal com níveis elevados de CPK, que persistem após suspensão da pravastatina. Biópsia muscular pode revelar miopatia necrosante com inflamação limitada. Tratamento com terapia imunossupressiva (costicosteróides, azatioprina)2;
  • Comprometimento cognitivo reversível (confusão, esquecimento, amnésia e perda da memória) podem raramente ocorrer com o uso de inibidores da HMG-CoA redutase, após 1 dia a anos do início do tratamento e mantendo-se cerca de 3 semanas após sua suspensão2;
  • Dor torácica2.


CONTRA-INDICAÇÕES
  • Lactação2;
  • Gestação2;
  • Hipersensibilidade à pravastatina ou qualquer componente2;
  • Doença hepática ativa2;
  • Elevação das transaminases persistente sem explicação2.


MONITORIZAÇÃO
  • Pediatria:
    • Basal: ALT, AST, CPK, colesterol total e frações2;
    • Repetir após 4 semanas de terapia: ALT, AST2;
    • Se não houver sintomas de miopatia ou anormalidades laboratoriais:
      • Repetir a cada 3-4 meses durante o primeiro ano: ALT, AST e colesterol total e frações2;
      • Após o primeiro ano, repetir a cada 6 meses: ALT, AST e colesterol total e frações2.
  • Adultos:
    • Basal: CPK, ALT, AST e colesterol total e frações2;
    • A cada 6-8 semanas até a dose adequada: colesterol total e frações2;
    • Após a dose adequada, a cada 4-6 meses: colesterol total e frações2;
    • Dosar novamente CPK se sinais de miopatia (Suspender a medicação se marcadamente elevado)2;
    • Dosar novamente ALT e AST se houver os valores basais estiverem elevados ou houver sinais de hepatopatia (suspender a terapia se transaminases persistentemente > 3 vezes o limite superior normal)2.


INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
  • Evitar uso concomitante de pravastatina com: ácido fusídico, gemfibrozila; pimozida, Arroz fermentado vermelho2;
  • Pravastatina aumenta os níveis/efeitos de: aripiprazole, ciclosporina, daptomicina, limitapide, paroxetina, pazopanib, pimozide, trabectedin, antagonistas da vitamina K2;
  • Os níveis/efeitos de pravastatina são elevados por: bezafibrato, Boceprevir, conchicina, ciclosporina, darunavir, eltrombopag, fenofibrato, ácido fenofíbrico, ácido fusídico, gemfibrozila, itraconazol, niacina, niacinamida, inibidores da P-glicoproteína/ABCB1, arroz fermentado vermelho, telaprevir2;
  • Pravastatina reduz os níveis/efeitos de: lanthanum2;
  • Os níveis/efeitos da pravastatina são reduzidos por: antiácidos2, sequestradores de ácidos biliares2, efavirenz2, fosfenitoína2, nelfinavir2, indutores da P-glicoproteína/ABCB12, fenitoína2, derivados da rifamicina2, saquinavir2, antagonistas da vitamina K3, agentes antifúngicos3, ciclosporina3, fenofibrato3, rifampicina3, inibidores da protease3, daptomicina3, colestiramina (administrar pravastatina 1 hora antes ou 4 horas após a resina)3.

CUIDADOS GERAIS
  • Afastar causas de hiperlipidemia secundária antes de iniciar a pravastatina2;
  • Mulheres em idades férteis devem ser aconselhadas a usar 2 métodos anticoncepcionais concomitantes3,4;
  • O aumento da concentração sérica de hemoglobina glicada e a elevação da glicemia de jejum não justificam a suspensão da pravastatina quando os benefícios hipolipemiantes superarem a alteração glicêmica2;
  • Usar pravastatina com cuidado nos pacientes que usam drogas que reduzem a esteroidogênese (cetoconazol, espironolactona, cimetidina)2;
  • Dosar CPK antes, 2 meses após introdução do medicamento e, a seguir, a cada 6 meses1;
  • Inibidores da HMG-CoA redutase podem desenvolver rabdomiólise com ou sem insuficiência renal aguda e/ou miopatia, principalmente em uso concorrente de medicações hipolipemiantes (derivados do ácido fólicoou niacina em doses > 1 g/dia)2;
  • Reduzir a dose de pravastatina quando uso concorrente de eritromicina, claritromicina ou ciclosporina2;
  • Descontinuar o uso de pravastatina se os níveis de CPK forem marcadamente elevados (> 10 vezes o limite superior normal) ou se houver sinais de miopatia2;
  • Descontinuar o uso de pravastatina temporariamente nos procedimentos cirúrgicos maiores eletivos, condições cirúrgicas ou clínicas agudas ou em situações de risco para insuficiência renal (sepse, hipotensão, trauma, convulsões não controladas)2;
  • Use pravastatina com cuidado em pacientes com comprometimento renal, hipotireoidismo descompensado e em uso de drogas que predispõem à miopatia (colchicina) pelo risco de miopatia2;
  • Os pacientes devem ser orientados a procurar assistência médica na presença de dor muscular, fraqueza ou urina marrom2.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  1. OLIVEIRA, R.G.: Blackbook Pediatria. Belo Horizonte, Blackbook Editora, 4° edição: 51, 2011.
  2. TAKEMOTO, C.K.; HODDING, J.H. & KRAUS, D.M.: Pediatric & neonatal dosage handbook. Lexicomp, 20th edition: 1556-1559, 2013.
  3. CARVALHO, P.R.A.; CARVALHO, C.G.; TORRIANI, M.S.; SANTOS, L.; BARROS, E. et al.: Medicamentos de A a Z - Pediatria - 2011/2012.Porto Alegre, Artmed: 774-775,  2012.
  4. BARROS, E. (org): Medicamentos de A a Z - 2014/2015. Porto Alegre, Artmed: 662-663, 2014.
  5. DICIONÁRIO DE ESPECIALIDADES FARMACÊUTICAS 2014. Rio de Janeiro, Editora Publicações Científicas, 2013.




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