quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS E HIRSUTISMO/ACNE


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SINOPSE

PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS

SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS E HIRSUTISMO/ACNE

Portaria SAS/MS n° 1.321, de 25 de novembro de 2013.



CID-X:
  • E28.0: Excesso de estrógeno;
  • E28.2: Síndrome dos ovários policísticos;
  • L68.0: hirsutismo.

DEFINIÇÃO
    Síndrome de ovários policísticos (SOP) caracteriza-se por manifestações de hiperandrogenismo (hirsutismo, acne, alopécia) e ciclos menstruais irregulares.

EPIDEMIOLOGIA
    Prevalência da síndrome de ovários policísticos:
  • Em mulheres com idade reprodutiva: 4-6,8%.

ETIOLOGIA
    A SOP tem herança autossômica dominante.
    O hiperandrogenismo presente na síndrome de ovários policísticos pode resultar em secreção adequada porém acíclica de estrogênios e em secreção deficiente de progesterona. Ocorre hiperplasia endometrial e sangramento intermitente e disfuncional. O estímulo mitogênico e hiperplasia endometrial confere risco 3 vezes maior de neoplasia de endométrio em pacientes com SOP em comparação com a população geral.
    Alguns casos de SOP apresentam amenorréia prolongada e atrofia endometrial.
    Mulheres com SOP têm níveis elevados de hormônio luteinizante (LH) e aumento da frequência e amplitude dos pulsos de LH, podendo ocorrer anormalidades no eixo reprodutivo hipotálamo-hipofisário. A concentração de hormônio folículo-estimulante (FSH) é normal ou diminuída, resultando em aumento da relação LH/FSH. A prolactina pode estar moderadamente elevada, decorrente do estímulo estrogênico ou do aumento dos androgênios adrenais.
    Patologia: Macroscopicamente, o ovário aumentado, policístico, com cápsula espessada e esbranquiçada. Histologicamente, o córtex é espessado e esclerótico.
    Mulheres com SOP apresentam infertilidade, porém podem apresentar ovulações esparsas, com possibilidade de gravidez e abortamento precoce.
Embora a resistência insulínica e a hiperinsulinemia sejam mais frequentes nas mulheres obesas, ocorrem também nas pacientes com SOP e peso normal.



QUADRO CLÍNICO
  • Irregularidade menstrual: o hiperandrogenismo promove secreção em quantidade adequada, mas acíclica, de estrogênios e deficiência na secreção de progesterona, resultando em oligo ou anovulação e, consequentemente, oligomenorréia ou amenorréia. Estas alterações hormonais pode resultar em hiperplasia endometrial e sangramento intermitente e disfuncional  (sangramento menstrual frequente ou anormalmente abundante tipicamente associado à anovulação). Em algumas pacientes com SOP, pode ocorrer amenorréia prolongada e atrofia endometrial. Esses distúrbios menstruais iniciam-se na peripuberdade, fazendo com que a menarca seja normal ou levemente atrasada seguida de ciclos irregulares. Algumas iniciam com ciclos regulares e evoluem para irregularidade associada a ganho de peso. Mulheres obesas podem apresentar melhora na regularidade dos ciclos com pequenas perdas de peso, provavelmente relacionada à melhora na sensibilidade à insulina.
  • Hiperandrogenismo: pode manifestar-se com hirsutismo, acne e alopecia, mas não costuma estar associada a sinais de virilização (aumento da massa muscular, voz grossa e aumento do clitóris);
    • Hirsutismo:
      • É o aumento da quantidade de pelos com uma distribuição masculina (sobre os lábios, no mento e ao longo da linha alba no abdome inferior).
      • Diferencia-se da hipertricose (presença de pelos em regiões não dependentes de hormônios, como antebraços e pernas, geralmente com pelos finos. Decorre da hereditariedade, medicamentos, inanição ou excesso de uso de glicocorticóides, e não se associa ao desbalanço de hormônios sexuais).
      • O hirsutismo deve ser quantificado pelo escore de Ferriman e Gallwey, o qual permite o diagnóstico e a avaliação semiquantitativa para acompanhamento do tratamento. Este escore pontua de 0 (ausência de pelos) a 4 (completamente coberta de pelos) 9 áreas do corpo sensíveis aos andrógenos. A soma desta pontuação resulta no escore de Ferriman-Gallwey. Hirsutismo ocorre quando o escore for superior a 8 (5% das mulheres pré-menopáusicas tem escore superior a 8).
  • Anormalidades hipotálamo-hipofisárias;
  • Ovários policísticos;
  • Obesidade: ocorre em 50 das pacientes com SOP;
  • Resistência insulínica.

EXAMES LABORATORIAIS
  • HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) sérico: elevado;
  • HORMÔNIO FOLÍCULO-ESTIMULANTE (FSH) sérico: normal ou diminuído;
  • RELAÇÃO LH/FSH: aumentada;
  • TESTOSTERONA sérica: elevada.
    • Normal:
      • Mulher adulta: < 80 ng/dL.
  • USG PÉLVICA TRANSVAGINAL DE ALTA FREQUÊNCIA: a SOP tipicamente apresenta ovário aumentado, policístico e com cápsula espessada. O padrão morfológico típico da SOP não é necessário nem suficiente para o diagnóstico da doença, tendo em vista que estas características estão presentes em:
    • 80-100% das mulheres com SOP;
    • 92% das mulheres com hirsutismo idiopático;
    • 87% das mulheres com oligomenorréia;
    • 82% das mulheres pré-menopáusicas com diabetes mellitus tipo 2;
    • 83% das mulheres com hiperplasia adrenal congênita;
    • 40% das mulheres com história de diabetes mellitus gestacional;
    • 26% das mulheres com amenorréia;
    • 3% das mulheres saudáveis.
  • 17-HIDROXIPROGESTERONA sérica:
    • Normal:
      • Mulher Adulta:
        • Fase folicular: 0,2-1,8 ng/mL;
        • Fase lútea: 0,2-4,7 ng/mL;
        • Fase pós-menopáusica: 0,2-1,7 ng/mL;
  • PROLACTINA sérica:
    • Diagnóstico de prolactinoma;
    • Normal:
      • Mulher adulta: 4,8-23,3 ng/mL;
  • GLICEMIA DE JEJUM:
    • Diagnóstico de síndrome metabólica;
    • Normal: < 100 mg/dL;
  • TESTE DE TOLERÂNCIA ORAL À GLICOSE:
    • Indicado para mulheres obesas ou com história familiar de diabetes mellitus;
    • Administra-se 75 g de glicose e dosa-se glicemia após 2 horas;
    • Normal: < 140 mg/dL;
  • SULFATO DE DEHIDROEPIANDROSTERONA (DHEA-S):
    • Diagnóstico de tumor adrenal;
    • Normal:
      • Mulher adulta:
        • 19 a 30 anos de idade: 30-780 mcg/dL;
        • 31 a 50 anos de idade: 10-380 mcg/dL;
        • Pós-menopausa: 30-260 mcg/dL;
  • HORMÔNIO TIREOESTIMULANTE (TSH):
    • Diagnóstico de hipotireoidismo;
    • Normal: 0,3-4,2 mcU/mL;
  • COLESTEROL TOTAL, HDL COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS:
    • Diagnóstico de síndrome metabólico;
    • Normal:
      • Colesterol total: < 200 mg/dL;
      • HDL colesterol: > 40 mg/dL;
      • Triglicérides: < 150 mg/dL.

DIAGNÓSTICO
    CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO NATIONAL INSTITUTE OF HEALTH - NIH - 1990:
  • Irregularidade menstrual devido a oligo ou anovulação; e
  • Hiperandrogenismo diagnosticado:
    • Clinicamente: hirsutismo, acne, alopécia androgênica;
    • Laboratorialmente: androgênios séricos elevados.

    CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO CONSENSO DE ROTTERDAM (2003): presença de pelo menos 2 dos 3 critérios abaixo, após a exclusão de outras causas conhecidas de androgenismo:
  • Disfunção ovulatória;
  • Hiperandrogenismo clínico ou laboratorial; ou
  • Aparência policística dos ovários à ultrassonografia pélvica (volume ovariano > 10 cm3 ou presença de 12 ou mais folículos com 0,2-0,9 cm).

    CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA ANDROGEN EXCESS & PCOS SOCIETY:
  • Hiperandrogenismo clínico ou laboratorial; associado a:
    • Anovulação; ou
    • Ovários policísticos;

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
  • Outras causas de hiperandrogenismo feminino:
    • Hiperplasia adrenal:
      • 17-hidroxiprogesterona sérica basal: elevada;
      • Teste da cortrosina: 17-hidroxiprogesterona sérica elevada 60 minutos após a administração intravenosa de 250 mg de corticotropina.
    • Tumores secretores de androgênios:
      • Quadro clínico de início abrupto, com hirsutismo rapidamente progressivo, sinais de virilização e amenorréia;
      • Testosterona sérica: geralmente > 150 ng/dL;
      • Exames de imagem adrenal ou ovariana: presença de lesão.
    • Hiperprolactinemia:
      • Poucos sinais de hiperandrogenismo;
      • Prolactina sérica: elevada;
    • Disfunção tireoidiana;
    • Uso de medicamentos.
  • Critérios que sugerem causas raras de hirsutismo:
    • Início abrupto, curta duração (tipicamente inferior a 1 ano) ou piora repentina e progressiva do hirsutismo;
    • Início após a 3° década de vida;
    • Sinais ou sintomas de virilização, incluindo calvície frontal, acne, clitoromegalia, aumento de massa muscular e engrossamento da voz.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
  • SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: Utilizar os critérios de diagnóstico de SOP do NIH:
  • Irregularidade menstrual: associada a:
    • Sinais clínicos de hiperandrogenismo (hirsutismo, alopécia, acne); ou
    • Hiperandrogenemia: níveis séricos aumentados de testosterona);
  • HIRSUTISMO IDIOPÁTICO com ciclos regulares e ovulatórios, hirsutismo isolado e ausência de ovários policísticos à ultrassonografia pélvica.
  • HIPERPLASIA ADRENAL COM MANIFESTAÇÕES DE HIRSUTISMO: poderão ser tratados com este protocolo.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
  • Outras doenças que causem hirsutismo:
    • Tumores produtores de androgênios;
    • Hiperprolactinemia;
    • Síndrome de Cushing;
    • Tireopatias;
    • Uso de medicamentos associados com hirsutismo;
  • Pacientes gestantes;
  • Hipersensibilidade aos medicamentos do protocolo.

TRATAMENTO

IRREGULARIDADE MENSTRUAL
    As irregularidades menstruais devem ser tratadas para evitar o desenvolvimento de hiperplasia e neoplasia endometrial.

    ANTICONCEPCIONAIS ORAIS (ACO)
  • Tratamento de primeira linha para as pacientes com irregularidades menstruais e alterações dermatológicas;
  • Reavaliar a paciente após 3 meses de tratamento para determinar a eficácia clínica e os níveis de androgênios;
  • Tratamento deve ser mantido até o amadurecimento ginecológico completo (5 anos após a menarca) ou a perda do excesso de peso. Após o amadurecimento ginecológico ou a perda do excesso de peso, interrompe-se o tratamento por alguns meses para avaliar a persistência da irregularidade menstrual e a necessidade de manutenção do tratamento.
  • Sangramento uterino disfuncional:
    • Tratamento agudo:
      • ACO com Estrogênio (dose alta) + Progesterona: 1 cp, VO, 3-4 vezes ao dia (paciente deve ser orientada sobre a possibilidade de ocorrência de grande sangramento e cólicas quando o tratamento for interrompido); ou
      • Progesterona
    • Tratamento crônico:
      • ACO cíclicos.
  • Contra-indicações do uso de ACO:
    • Meninas na pré-menarca com baixa estatura que ainda apresentem as epífises ósseas abertas;
    • Risco de trombose venosa (usar com cautela);
    • Hipertensão arterial sistêmica;
    • Hipertrigliceridemia;
    • Diabetes mellitus.
  • Desvantagens do tratamento com anticoncepcionais orais:
    • Maior dificuldade para a perda de peso;
    • Crença pela paciente de que se encontra curada;
    • Não seguimento do acompanhamento médico;
    • Impossibilidade de gestação;
    • Desconhecimento das consequências do tratamento a longo prazo sobre a fertilidade;

PROGESTOGÊNIOS
  • Usados para controlar os sintomas relacionados aos ciclos anovulatórios (não normalizam os níveis de androgênios, nem tratam adequadamente o hirsutismo);
  • Acetato de Medroxiprogesterona:
    • Administrado por 10-12 dias por mês;
    • Tratamento da irregularidade menstrual de mulheres sexualmente maduras.
    • Utilizado em pacientes que não toleram ou tenham contraindicação ao uso de anticoncepcionais orais;
    • Resultam em sangramentos de privação regulares alguns dias após a administração de progestogênio cíclico.

METFORMINA
  • Segunda opção no tratamento do distúrbio menstrual nas pacientes com contraindicação ao uso de anticoncepcionais orais e alterações metabólicas, isoladas ou associadas ao progestogênio.

HIRSUTISMO E ACNE/ALOPÉCIA
  • TRATAMENTOS DERMATOLÓGICOS:
    • Depilação (física ou química);
    • Epilação (uso de ceras);
    • Destruição da papila dérmica (elétrica ou a laser);
    • Inibição do crescimento capilar.
  • TRATAMENTO ENDOCRINOLÓGICO:
    • Resumo:
      • Indicado para as pacientes que não tiveram resposta satisfatória com o tratamento dermatológico ou quando a queixa principal for irregularidade menstrual;
      • O tratamento farmacológico deve ser realizado em associação com o dermatológico;
      • A melhora do hirsutismo com tratamento endocrinológico somente é evidenciada após 6-12 meses de tratamento, pois apenas interrompe a estimulação de crescimento de novos folículos;
      • O tratamento inicial do hirsutismo deve ser feito com anticoncepcionais orais enquanto a paciente não desejar engravidar.
      • Quando não houver resposta adequada após 6 meses, pode-se associar anticoncepcional oral com espironolactona.
      • Quando a associação anticoncepcional oral com espironolactona não apresentar efeito desejado a longo prazo, pode-se substituir um dos componentes (anticoncepcional oral ou antiandrogênico) por molécula diferente do mesmo grupo terapêutico (ex.: trocar espironolactona por ciproterona).
      • Sempre estimular a redução de peso em pacientes com sobrepeso ou obesidade (mudanças no estilo de vida: dieta e atividade física);
      • METFORMINA: indicada para pacientes que apresentam sinais de resistência insulínica ou síndrome metabólica;


    • ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E PROGESTOGÊNIOS:
      • Efetivo em pacientes com SOP típica (onde o hiperandrogenismo é de origem predominantemente ovariana), sendo a primeira opção terapêutica hormonal;


      • ANTICONCEPCIONAIS ORAIS:
        • Atuam reduzindo os níveis plasmáticos de testosterona por:
          • Reduzirem os níveis de gonadotrofinas séricas;
          • Aumentarem a globulina ligadora de gonadotrofinas (globulina ligadora da testosterona);
          • Diminuírem modestamente os níveis de sulfato de deidroepiandrostestosterona;
        • Previnem a transformação de unidades pilossebáceas em pelos terminais;
        • Efeitos:
          • Reduz a testosterona sérica e sulfato de deidroepiandrostestosterona após 3 semanas;
          • Reduz a acne após 3 meses;
          • Melhora o hirsutismo após 6 a 9 meses;
        • Formulações de anticoncepcionais orais com dosagem de estrogênios de 30 a 35 mcg são mais adequados para suprimir a produção androgênica;
        • FÁRMACOS:
          • ETINILESTRADIOL + LEVONORGESTREL:
            • Apresentação:
              • Comprimidos: 0,03 mg + 0,15 mg.
            • Posologia:
              • 1 cp/dia por 21 dias/mês.
              • Sangramento disfuncional (doses elevadas): 3-4 cp/dia e decrescentes por 4 a 5 dias.


      • PROGESTOGÊNICOS:
        • DESOGESTREL;
        • GESTODENO;
        • NORGESTIMATO;
        • DROSPIRENONA;
        • ACETATO DE CIPROTERONA:
          • Anticoncepcionais orais com acetato de ciproterona é útil em pacientes com SOP por melhorarem a acne, hirsutismo e transtornos menstruais associados e disfunção no tecido adiposo em obesas;
        • FÁRMACOS:
          • ACETATO DE MEDROXIPROGESTERONA:
            • Apresentação:
              • Comprimidos: 10 mg;
            • Posologia:
              • 10 mg/dia por 10-12 dias do ciclo;
          • NORETISTERONA:
            • Apresentação:
              • Comprimidos: 0,35 mg
            • Posologia:
        • 0,35 mg/dia por 21 dias/mês;


    • ANTIANDROGÊNICOS:
      • Resumo:
        • Eficazes na redução do hirsutismo e da acne e, em menor intensidade, da alopecia;
        • Atuam revertendo a transformação da unidade pilossebácia a pelo terminal induzida por androgênios;
        • Efeito ocorre após 9 a 12 meses de tratamento;
        • Geralmente administrados conjuntamente com anticoncepcionais orais (para evitar concepção em mulheres com idade fértil e vida sexual ativa);
      • ESPIRONOLACTONA:
        • Agente de primeira escolha;
        • Um dos mais potentes e seguros agentes antiandrogênicos;
        • Inibe a ligação de testosterona a seus receptores;
        • Início de resposta em 2 meses e pico de efeito em 6 meses;
        • Efeito colateral:
            • Irregularidade menstrual: Controlada por:
            • Coadministração de anticoncepcionais orais; ou
            • Uso cíclico em 21 dias por mês;
        • Apresentação:
          • Comprimido: 25 mg; 100 mg;
        • Posologia:
          • 50 mg ou 100 mg, VO, 1-2 vezes ao dia, até o máximo de 200 mg/dia.
      • ACETATO DE CIPROTERONA:
        • Agente de segunda escolha;
        • Progestogênio com atividade antiandrogênica (liga-se ao receptor androgênico, inibindo a biossíntese de androgênios; também inibe a secreção de gonadotrofinas;
        • Administrado isoladamente ou associado a anticoncepcionais orais;
        • Apresentação:
          • Comprimidos 50 mg;
        • Posologia:
          • 12,5 mg a 50  mg/dia, VO, do 5° ao 25° dia do ciclo menstrual; ou
          • 25 mg a 50 mg/dia< VO, no esquema 21/7 (21 dias com medicação e 7 dias para o período menstrual); ou
          • 100 mg do 1° ao 10° dia do ciclo menstrual em associação com anticoncepcionais orais no esquema 21/7.
      • FLUTAMIDA;
      • FINASTERIDA.

OBESIDADE E RESISTÊNCIA INSULÍNICA
  • A redução de peso melhora a resistência insulínica, a hiperandrogenemia e a ovulação em pacientes com SOP;
  • Orientar mudanças no estilo de vida: dieta e atividade física regular;
  • METFORMINA:
    • Eleva a sensibilidade à ação da insulina, diminuindo a produção hepática de glicose e aumentando sua captação periférica;
    • Indicado nas pacientes com evidências de resistência insulínica ou síndrome metabólica;
    • Reduz o hiperandrogenismo e a irregularidade menstrual das pacientes com SOP;
    • Seus efeitos são mais significativos nas pacientes que reduzem seu peso;
    • Alternativa terapêutica para mulheres com distúrbios menstruais e contraindicação metabólica para anticoncepcionais orais;
    • Com a utilização de metformina pode ocorrer ovulação e gravidez, sendo importante garantir a anticoncepção nestes casos, principalmente se houver associação com antiandrogênicos;
    • Apresentação:
      • Comprimidos 500 mg e 850 mg.
    • Posologia:
      • Iniciar com 425 mg ou 500 mg, VO, antes do jantar. Aumentar 425 mg ou 500 mg por semana até o máximo de 1,7 a 2,550 g/dia. Dividir a dose em 2 a 3 vezes ao dia para melhorar a tolerância.

TEMPO DE TRATAMENTO
           O tratamento deve ser contínuo, devendo ser suspenso para engravidar.

BENEFÍCIOS ESPERADOS
  • Regularização dos ciclos menstruais (verificado nos primeiros meses de tratamento);
  • Redução do volume e distribuição de pelos e outras manifestações androgênicas (após 6 meses de tratamento);
  • Redução do peso e melhora das manifestações de resistência insulínica.

EFEITOS ADVERSOS
  • Sintomas gastrintestinais (diarreia e náuseas): melhoram gradativamente;
  • Efeitos cardiovasculares mínimos (ciproterona e estrógeno);
  • Efeitos no sistema nervoso central mínimos (ciproterona e estrógeno);
  • Tensão nas mamas e galactorréia (ciproterona e estrógeno);
  • Elevação das transaminases e hepatite, eventualmente fatal;
  • Redução da libido (ciproterona e estrógeno).

MONITORIZAÇÃO
  • POTÁSSIO SÉRICO: quando do uso de espironolactona (hipercalemia);
  • CREATININA SÉRICA;
  • CLEARENCE DE CREATININA: avaliar anualmente quando do uso de metformina. Suspender a metformina se o clearence for < 30 mL/Kg/min;
  • ALT/TGP e AST/TGO: dosar antes e a cada 3-6 meses após a introdução de acetado de ciproterona. Em caso de elevação, reavaliar/suspender a medicação;
  • BILIRRUBINAS: dosar antes e a cada 3-6 meses após a introdução de acetado de ciproterona. Em caso de elevação, reavaliar/suspender a medicação;
  • GLICEMIA: avaliar a cada 3-6 meses quando do uso de metformina

TERMO DE ESCLARECIMENTO E RESPONSABILIDADE – TER
           É obrigatória a informação ao paciente ou a seu responsável legal dos potenciais riscos, benefícios e efeitos adversos relacionados ao uso do medicamento preconizado neste protocolo. O TER é obrigatório ao se prescrever medicamento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.












REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 
 

 


Site de Legislação em Saúde no Brasil



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